domingo, 9 de agosto de 2009

A trajetória histórica da sexualidade humana, parte 2

O Cristianismo • A virgindade é exaltada, a poligamia abolida e as relações sexuais permitida apenas para a procriação. • A castidade, antes considerada importante só para as mulheres era agora essencial para ambos os sexos. O casamento foi invertido de significado sacramental simbólico. • A monogamia era única forma aceitável de casamento e o Novo Testamento menosprezava o concubinato. • É aceito que o cristianismo aperfeiçoou a natureza bárbara do homem, fazendo-o voltarse mais para o seu próximo, para o amor altruísta e também proporcionou novas oportunidades para a mulher. A Idade Média • A vivência da diversificação de valores relacionados a sexualidade e patente na IDADE MÉDIA, ligada por exemplo ao comportamento nos diferentes níveis sócio-econômicos. • Para a nobreza a virgindade deveria ser preservada até o casamento. • Na época das CRUZADAS encontramos, talvez, o maior exemplo da sociedade de caracter machista, quando o homem se autoriza a colocar na mulher o cinto de castidade. • Por toda a IDADE MÉDIA, há poucas referências à felicidade verdadeira ou à satisfação emocional na relação matrimonial. • O casamento era, em sua essência um contrato comercial, destinado a fortalecer alianças políticas e militares para os ricos e oferecer segurança econômica, filhos e alívio de tensão sexual aos pobres. Idade da Razão • A mulher desta época, já adquiria maior número de direitos, como por exemplo, poderia manter suas propriedades e dinheiro fora da jurisdição do marido. • As classes sociais mais elevadas buscavam o prazer desvinculado do afeto e do matrimônio pois casavam em função de obter nomes e títulos nobres. • A pequena burguesia tinha uma postura diferente perante o sexo o amor e o casamento, deixava de ser combinado pelos pais e prevalecia a afinidade e o amor. • A moralidade da classe média mostrava-se serva e as ligações extra conjugais eram pouco frequentes. • Datam desta época também as leis mais liberais no que diz respeito ao divórcio, possibilitando um segundo casamento, além de novas idéias e teorias. Revolução Industrial • A mulher não era mais imprescindível ao lar e os filhos deixaram de ser uma vantagem econômica. • A Revolução Industrial destacou a prioridade de amar em relação ao ato de procriar. • Consideravam o amor como condição “sine qua non” para uma vida feliz. • Entretanto, a mesma sociedade que glorificou a síntese do amor com o sexo de uma forma inconsciente e incompreensível o comercializou, mecanizou e despersonificou o ideal de amor. • A ciência também contribuiu para a revolução do amor. Com estudos na área da medicina, psicologia e sociologia tornaram o sexo um tema legítimo de estudo-destaque para os estudos de FREUD. De acordo com o exposto, o sexo em um determinado tempo passa a Ter um valor cultural na medida em que se relaciona com tudo o que passa afetar o homem e suas relações sociais. É importante salientar que a sexualidade foi construída com a ajuda histórica do passado é desta forma que se pode compreender as relações da sexualidade dos novos tempos. Sobre isto Nunes ( 1997 : 165) esclarece que: “A sexualidade é uma dimensão humana fundamental construída a partir das relações que compreendemos com o mundo natural e cultural, desde suas matrizes institucionais, na família e em todas as expressões da sociedade.” Assim, as características da sociedade vigente é que determina a concepção de sexualidade. Percebe-se que a repressão, o tabu, a censura enfim o Conservadorismo com relação a questão da sexualidade faz parte de um círculo vicioso que passa de geração a geração, esteriotipando comportamento e idéias. É certo que muitas coisas mudaram c/ o advento da pílula, com as propostas de libertação feminina, com os trabalhos e informações científicas, com a revolução tecnológica e a abertura nos meios de comunicação. Mas até que ponto isso nos permite afirmar que a situação mudou? Ou apenas trocou-se o antigo não pode-se deve-se! Atualmente, a ditadura do consumismo reduziu a sexualidade humana a um mero apelo de sensações e a um culto hedonista do corpo e suas potencialidades. A cultura da sociedade atual é ainda predominante machista e com isso a sexualidade é intensamente manipulada pelos meios de comunicação e pelo poder estabelecido. O próprio exemplo do prazer mecanizado da sociedade de consumo, com seus vibradores, pomadas e bonecas de plásticos, numa tentava de compensar o seu fracasso ilustra bem a solidão e a alienação da sociedade contemporânea, esquecendo sem dúvida a verdadeira dimensão da sexualidade: A VIDA!