quarta-feira, 31 de março de 2010

Sexualidade dos Adolescentes de Fortaleza

Sexualidade dos adolescentes de Fortaleza é pesquisada pela Unesco - 9/3/2004

DIÁRIO DO NORDESTE (CE) - BRASIL
ESTUDO
     Brasília - Em Fortaleza, a média de idade da primeira relação sexual é de 14,3 anos para homens e 15,8 anos para mulheres. Esses e outros dados estão no estudo sobre juventude e sexualidade, realizado em 13 capitais e no Distrito Federal. Os resultados foram divulgados, ontem, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
     Mais de 55% dos jovens da capital cearense do sexo masculino iniciaram-se sexualmente na faixa entre 10 e 14 anos, enquanto 26,7 das meninas declaram ter perdido a virgindade nesse período. A pesquisa mostra também que 44,6% dos jovens de Fortaleza acreditam que a virgindade não tem importância alguma e que 33,3% das estudantes dizem já ter engravidado quando tinham entre dez e 14 anos (a maior taxa entre as cidades pesquisadas).
     A pesquisa compõe um livro organizado pelas especialistas Miriam Abramovay, Mary Castro e Lorena Bernadete da Silva. Foram ouvidos 16.422 alunos - de escolas públicas e privadas -, entre 10 e 24 anos. Também foram entrevistados 4.532 pais e 3.099 professores de ensino fundamental e médio.
     O levantamento teve o apoio do Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Instituto Ayrton Senna. Influenciados pelo meio em que vivem ou encorajados pela quantidade de informação disponível sobre o tema a juventude brasileira dita suas próprias normas neste campo.
O levantamento revela que os jovens têm preconceitos comuns aos observados durante a pré-revolução sexual: cerca de um quarto dos entrevistados não gostariam de ter um colega de classe homossexual. A integrante do Movimento Delas, Yone Lndgren, diz que os que mais sofrem com o preconceito, na escola, são os travestis. Numa pesquisa realizada pela organização, em 2003, 90% dos travestis da Zona Oeste do Rio de Janeiro que abandonaram os estudos o fizeram por causa da discriminação. Os outros 10% deixaram a escola porque fugiram de casa. A homofobia também existe entre os pais.
      Em Fortaleza, os que mencionam que não gostariam que seus filhos estudassem com homossexuais chega a 48%. O menor índice foi registrado em Porto Alegre (RS), 22%. O resultado da pesquisa é um retrato dos valores, experiências, apreensões e dificuldades vividas pelos jovens, segundo uma das idealizadoras do projeto. “Precisamos ter cuidado com os resultados médios, porque o brasileiro não é médio. Há muitas diferenças regionais”, adverte Miriam Abramovay.
      Embora estes dados sejam do ano de 2004, mas a pergunta fica no ar: Será que hoje, mas precisamente neste início de 2010, houveram mudanças positivas para a diminuição desses dados estatísticos? E que políticas públicas estão sendo realizados na esfera do governo do Estado e Município para estes adolescentes que não tem conhecimento sobre sexualidade.

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