terça-feira, 24 de agosto de 2010

Psicologia Evolucionista, uma nova abordagem a cerca da evolução humana

    A teoria da evolução através da seleção natural deixou, recentemente, os domínios exclusivos da biologia, e atualmente dá suporte a argumentos em áreas tão variadas quanto a psicologia, a economia, as ciências sociais, a filosofia. Não apenas o domínio das ciências foi invadido pelo que Rose chama o espectro de Darwin (Rose, 2000), mas também áreas de aplicação como a agricultura, a medicina, e áreas correlatas. Estive como participante da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciências em Natal onde eu pude constatar a nova dimensão e as pesquisas que estão sendo colocadas na UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte considerada a pioneira nas pesquisas neste campo de ação. Tendo como doutores FIVIA DE ARAUJO LOPES CAVALCANTI (Vice-Coordenação) com participação em livros publicados neste assunto e Wall Hattori também doutorando. Passei a aprender como os estudos estão bem avançados em relação as outras universidades federais que ainda não tem mestardo nesta área.
    Um desenvolvimento recente, a Psicologia Evolucionista, é considerado por Boyer e Heckhausen (2002) como um dos mais importantes desenvolvimentos na área das ciências do comportamento nos últimos 20 anos. Esta abordagem propõe que a mente humana funciona através de mecanismos psicológicos evoluídos, que seriam características universais de nossa espécie, evocativas do ambiente ancestral no qual ela evoluiu.  
   Estes mecanismos consistem em emoções, preferências e propensões, selecionadas porque ajudaram nossos ancestrais a sobreviver e reproduzir no passado. Uma vez que o ambiente moderno mudou radicalmente em relação àquele que seria o berço dessas adaptações, temos que nos perguntar se estes mecanismos ainda permanecem, e se nossos comportamentos refletem essas adaptações passadas.
A partir desta abordagem, a Psicologia Evolucionista traz para a psicologia uma proposta de solução para uma questão que há muito vem sendo debatida, a da dicotomia entre natureza e criação, entre biologia e cultura. A resposta à aparente contradição entre diversidade e universalidade humanas surge com modelos que integram diversos níveis de explicação, e consideram a complexidade cultural como um reflexo da complexidade biológica. Nas palavras de Bussab e Ribeiro (1998) o homem é biologicamente cultural.

Referências
Rose, M. 2000. O Espectro de Darwin. Dinalivro 242 pp.
Boyer, P., & Heckhausen, J. (2002). Introductory notes. American Behavioral Scientist,43: 917-925.
Bussab, V. S. & Ribeiro, F. L. (1998). Biologicamente cultural. In: Lídio de Souza et alli (org.) – Psicologia: reflexões (im)pertinentes. São Paulo, Casa do Psicólogo.

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